hiperlactação

Hiperlactação: o que é e como tratar?

Hiperlactação é um problema pouco conhecido, mas relativamente comum. A grande maioria das mães se preocupa em não ter uma boa quantidade de leite. Mas e quando ocorre o contrário?

Afinal, o que é e por que ocorre a hiperlactação? 

O que é hiperlactação?

Hiperlactação é caracterizada pela produção excessiva de leite materno, ultrapassando a quantidade que o bebê consegue mamar. É muito comum após a descida do leite, o que chamamos de apojadura. Mas pode durar meses e até todo o período de amamentação.

Costuma vir acompanhada de alguns sinais e sintomas na mãe e no bebê:

Na mãe:

  • Aumento excessivo do tamanho da mama
  • Dor difusa em todo o seio
  • Predisposição a mastite
  • Mamas que vazam constantemente

No bebê:

  • Engasgos frequentes
  • Dificuldade no início da mamada, com interrupções constantes. Isso ocorre devido a um reflexo de ejeção de leite muito intenso, de tal modo que quando o bebê recebe volumes grandes de leite na boca, solta o seio ou engasga.
  • Flatulência excessiva com consequente desconforto abdominal.
  • Fezes de coloração verde-escura e espumosas. (lembrando que as fezes normais de bebês podem ter tonalidade amarela e verde – olhe a página 29 da caderneta do seu bebê do Ministério da Saúde)

Qual a causa da produção excessiva de leite materno?

O excesso de leite materno nos primeiros dias de pós parto, geralmente entre o terceiro e sétimo dias, é extremamente comum. O processo de produção de leite é hormonal e de regulação muito complexa. Até o corpo entender que o bebê não está consumindo todo o leite produzido, leva alguns dias. 

O excesso de produção láctea habitualmente está associado a 3 fatores básicos: problemas de manejo com a amamentação, excesso de produção de prolactina (hormônio associado com a produção de leite), ou questões genéticas

Problemas de manejo com a amamentação:

A primeira conduta quando uma mama está muito ingurgitada é ordenhar o seio. As mães costumam colocar o bebê para mamar, e, como a mama não esvazia completamente, procede à ordenha completa após todas as mamadas. Isso cria um ciclo vicioso de produção excessiva. Como tudo o que está sendo produzido está sendo retirado da mama, o corpo entende que deve continuar a produzir a mesma quantidade.

Excesso de produção de prolactina:

Mães que amamentam produzem altas quantidades de prolactina. Algumas mães podem produzir quantidades realmente grandes, seja por doença subjacente, desequilíbrio hormonal ou uso de medicamentos.

Questões Genéticas

Genética como sempre não fica de fora. Algumas famílias têm histórico de maior produção láctea. É comum ao nos depararmos no consultório com caso de hiperlactação, verificar que a avó materna passou pelo mesmo problema.

O que devo fazer?

Eis um assunto controverso nos artigos. Existem poucos artigos sobre o tema, e muitos são relatos de casos de condutas individuais.

Ordenhar frequentemente a mama nem sempre é a solução. Como explicitado  anteriormente, esvaziar a mama por completo pode dar a falsa impressão para o corpo de que a produção está adequada.

É razoavelmente consenso que oferecer as duas mamas na mesma mamada nesses casos pode ser um problema. Um dos mecanismos de reduzir a produção de leite é deixar sobrar leite na mama. Ao deixar sobrar leite na mama, a produção tende a reduzir naturalmente. Por isso, a primeira providência é tentar amamentar em uma mama somente, inicialmente com intervalos de 3 horas. Se o outro seio ficar muito dolorido enquanto não amamenta, ordenhar o suficiente para obter alívio.

Também é razoavelmente consensual o fato de que, no início do tratamento desse casos, é muito importante esvaziar um pouco a mama antes do colocar o bebê para sugar. Isso evita os tão temidos engasgos e aquela briga enorme no início da mamada.

Compressas frias podem ajudar entre as mamadas. Mas não devem exceder 5 minutos. Não deve também ser utilizado gelo na aréola. A velha folha de repolho sobre a mama, após resfriamento no freezer do tempo da vovó, continua tendo o seu espaço.

Mas a dica mais preciosa de todas é: converse com o seu pediatra. O diagnóstico nem sempre é fácil e a clínica no bebê é parecida com outros quadros, como doença do refluxo gastroesofágico e alergia à proteína do leite de vaca. Tomar condutas por conta própria costuma frequentemente levar a piora do quadro e erro de diagnóstico. A função mais importante da mãe é anotar tudo o que está acontecendo nas mamadas em relação ao seio e ao bebê. Essas informações vão ajudar o pediatra a diagnosticar o quadro e direcionar para tratamento adequado, sobretudo quanto à forma mais adequada de proceder quanto à ordenha.

Quer saber mais? Estamos à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficaremos muito felizes em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do nosso trabalho como pediatra em Nova Lima!

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