O que é Caxumba? “Caxumba é uma doença infecciosa causada por um vírus da família Paramyxoviridae. O reservatório da doença é o homem, acomete mais crianças e é mais grave em adultos. Sua prevalência aumenta nos períodos de primavera e inverno”.
Saiba mais lendo o post de hoje! Veja alguns dados sobre a doença:
Como se pega caxumba?
O modo de transmissão da caxumba é similar ao da gripe, através de gotículas como os perdigotos, contato com saliva ou através de contato com utensílios e objetos contaminados com secreção.
Qual é o período de incubação da caxumba?
O período de incubação da doença varia entre 12 e 25 dias. Cerca de 7 dias antes de se iniciarem as manifestações clínicas até 9 dias após o aparecimento dos sintomas, pode haver transmissão da doença.
Quando suspeitar de um caso de caxumba?
A apresentação clássica da doença é a ocorrência de febre, com aumento de glândulas salivares, sendo a glândula parótida a mais acometida.
Processo inflamatório de testículos ou ovários (orquiepididimite e ooforite, respectivamente) inexplicáveis também devem ser encarados como casos suspeitos.
Em quais idades a Caxumba é mais comum?
A Caxumba é mais frequente em crianças e adolescentes entre 6-18 anos. Veja mais alguns dados sobre a doença no Card abaixo.
Quais outros sinais e sintomas podem estar presentes na caxumba?
- Inapetência, dor de cabeça, dor no corpo, dor nas articulações;
- Desconforto para mastigação;
- Dificuldade ou piora do desconforto para ingerir alimentos ácidos;
- Sintomas respiratórios como coriza, tosse e espirros são muito comuns em menores de 5 anos.
Quais são as possíveis complicações da caxumba?
- Perda auditiva súbita e unilateral;
- Meningite;
- Encefalite;
- Aborto quando a gestante adquire a doença no primeiro trimestre;
- Pancreatite: pensar nos quadros com dor abdominal, náuseas e vômitos associados;
- Esterilidade, tanto masculina quanto feminina;
- Inflamação em outros órgãos: tireóide, rins, coração;
⇒ Algumas complicações em outros órgãos podem aparecer sem aumento da glândula parótida, o que costuma dificultar e atrasar o diagnóstico.
Todas as pessoas que pegam a caxumba apresentam sintomas?
Cerca de ⅓ das pessoas que pegam a doença são assintomáticas, mas têm a capacidade de transmiti-la. É muito comum que não se saiba de onde veio o vírus, até porque, mesmo em pessoas sintomáticas, 30% não têm aumento de glândula salivares.
Todos os casos de parotidite (aumento da glândula parótida) são secundários à caxumba?
Não. Podem haver casos isolados associados aos vírus parainfluenza 1 e 3, Epstein- Baar (causador da mononucleose), influenza, coxsackie A, echovirus, e até mesmo o HIV podem resultar em aumento da glândula.
Além de quadros virais, medicamentos, doenças imunológicas e obstrução de ducto salivar também podem resultar em aumento da glândula.
Existe tratamento para a caxumba?
Não existe tratamento específico para a doença. O repouso deve ser absoluto, e tratamento de suporte sob orientação médica é individual. É extremamente importante ficar atento às complicações, como por exemplo a inflamação dos testículos. Médico deve ser procurado SEMPRE para conduzir adequadamente cada caso.
Como o médico faz o diagnóstico da caxumba?
O diagnóstico de certeza é a junção da clínica com avaliação laboratorial.
O hemograma pode apresentar alterações inespecíficas. A amilase salivar e pancreática podem estar aumentadas, mas não fecham o diagnóstico.
Existe sorologia – IgM e IgG para caxumba, que deve ser feita de forma pareada: a primeira dosagem deve ser feita em torno de quarto dia após aparecimento dos sintomas e a segunda amostra colhida 2 a 3 semanas após a primeira.
O diagnóstico de caxumba é realizado através da comparação entre as duas amostras. É considerado exame positivo aumento de 4 vezes entre os títulos de anticorpos ou positivação do exame.
Outro exame que pode ser realizado, porém de maior custo é o PCR, que deve ser colhido preferencialmente na saliva.
Existe prevenção para a caxumba?
Sim. As vacinas tríplice viral ou tetraviral (tríplice viral + varicela) protegem, dentre outras doenças, para caxumba.
O esquema vacinal atual para as crianças é de 1 dose da tríplice viral aos 12 meses, seguida de reforço com a tríplice viral ou a tetraviral aos 15 meses.
Indivíduos até 19 anos devem receber 2 doses, com intervalo mínimo de 1 mês entre elas.
A vacina está disponível de forma gratuita nos postos de saúde para o público alvo.
Existe contraindicação à vacina de caxumba?
Como ela possui vírus vivos atenuados em sua constituição, não pode ser administrada em gestantes e em imunossuprimidos.
Quais são as principais reações adversas à vacina?
Febre, erupção cutânea e parotidite que podem ocorrer até 10 dias após a vacinação.
Pessoas vacinadas contra caxumba podem ter a doença?
Sim, nenhuma vacina tem a eficácia de 100%. Estima-se que um indivíduo vacinado esteja 10 vezes mais protegido do que um não vacinado.
Quem já teve a doença, pode pegar novamente a caxumba?
Não, a doença confere imunidade permanente.
Meu filho teve caxumba, quando ele pode voltar a frequentar a escola?
Após 9 dias do início dos sintomas, afim que não contaminar os colegas. No entanto, cada caso precisa ser avaliado e conduzido de forma individualizada pelo pediatra da criança.
Esse foi o tem de hoje!
A caxumba é uma doença que não tem tratamento específico e pode gerar sequelas irreversíveis como a infertilidade. Não deixe de proteger o seu filho através da vacinação.
Um grande abraço e até o próximo tema!
Referências:
- Sociedade Brasileira de Pediatria (sbp.com.br, em Arquivos de dezembro de 2012 sob o nome de Nota-Tcnica-Caxumba-SOPERJ-SBIm-SBP.pdf)
- Portal Saúde do Governo Federal (portalsaude.saude.gov.br, em atualização sobre caxumba de 06/julho/2016)