A introdução de alimentos durante a fase da amamentação é um desafio, que mexe com a cabeça de muitos pais e pesquisadores. Neste contexto, novos formatos de oferta de alimentos vêm ganhando destaque, como o Método Bliss.
Se você também tem dúvidas sobre o que fazer, continue a leitura e entenda mais sobre o Método Bliss para introdução alimentar: a evolução do BLW.
BLW, Baby-Led Weaning
A introdução alimentar do bebê por meio do BLW se baseia na oferta de comida direto na mão do bebê a partir de 6 meses. O processo visa à autonomia da criança para escolher o alimento que é servido em pedaços grandes, capazes de serem segurados com as mãos e levados à boca por ela. A técnica prevê ainda que não haja o uso de talheres ou intervenção do adulto para comer. Leia sobre o tema no post específico:
Tais ações proporcionam maior confiança, despertam a curiosidade sobre os alimentos e fazem da refeição um momento gostoso e divertido.
Parece maravilhoso, mas estudos apontaram que o BLW carecia de alguns ajustes. Percebeu-se, que crianças alimentadas exclusivamente através do método BLW, tendiam a ingestão excessiva de carboidratos e baixa ingestão de proteínas e vegetais. Além disso, o aporte calórico tendia a ser inferior ao desejável.
No entanto, os benefícios do BLW, tais como maior interesse nos alimentos, menor índice de obesidade e construção de autonomia, não podiam ser ignorados.
Por esse motivo, os especialistas fizeram alguns ajustes para agregar segurança e garantir ofertas nutricionais adequadas. Esse BLW modificado recebe o nome de BLISS.
Método BLISS (Baby Lead Introduction to Solids)
Neste modelo, as abordagens são mantidas, porém, quatro importantes recomendações são frisadas para melhorar a qualidade das refeições e a segurança dos bebês:
- Oferecer alimentos que o bebê possa pegar com as mãos e se auto-alimentar;
- Oferecer um alimento rico em ferro a cada refeição – carnes e leguminosas no almoço e no jantar, além de alimentos fortificados com ferro nas demais refeições;
- Oferecer um alimento de alta densidade energética em cada refeição;
- Oferecer alimentos preparados de forma adequada para a idade de desenvolvimento da criança, a fim de reduzir o risco de engasgos.
- Não é proibido o uso de alimentação tradicional com colher e texturas amassadas. Os métodos podem ser associados de modo a resultar em uma refeição completa e balanceada.
Existe, inclusive, uma lista de alimentos que devem ser evitados, por exemplo:
- alimentos duros, que não possam ser amassados com a língua contra o céu da boca;
- alimentos muito pequenos inteiros, como uvas e uvas-passas, pipoca, castanhas, oleaginosas em geral, além de sementes, tomate-cereja e ovos de codorna, por exemplo, devem ser cortados longitudinalmente e em quatro partes (vide foto):
- legumes e frutas duras cruas (maçã e pêra, principalmente), frutas com gomos inteiras; O cozimento prévio pode deixar o alimento mais macio.
- alimentos secos, que formem uma “farofa” na boca da criança, dificultando a deglutição. (Sugere-se inclusive que o adulto coloque o alimento na boca antes para verificar se não vai formar um bolo de difícil deglutição na boca do bebê).
Lembrando que o risco de engasgos com os alimentos não é restrito aos bebês!! Leia esse outro post e saiba quais alimentos e para quais faixas etárias são os maiores riscos:
É preciso estar alerta para o fato de que, apesar de todos os benefícios, nem sempre o método Bliss ou o BLW serão os melhores para o seu filho, por isso, é muito importante consultar um especialista e saber mais sobre o assunto antes de praticá-lo. Na maior parte das vezes, a associação dos métodos vai trazer mais benefícios do que se ater a apenas um deles. Quanto mais experiências gustativas e sensoriais o bebê tiver, mais rica será a introdução alimentar.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como pediatra em Nova Lima!