O teste da orelhinha ou exame de emissões otoacústicas evocadas é o teste de triagem neonatal para detecção de problemas auditivos no recém-nascido.
É garantido por lei e deve ser realizado por todas as crianças, idealmente a partir de 48 horas de vida.
Por que fazer o teste da orelhinha?
A audição é um sentido essencial para a aquisição da fala da criança. Bebês cujo déficit auditivo é detectado tardiamente, podem ter perda irreversível da capacidade de aquisição linguística.
Dessa forma, a detecção precoce de perda auditiva através de teste de triagem neonatal, é a melhor forma de permitir a condução adequada dos casos de surdez.
A importância do diagnóstico precoce
Segundo dados do governo brasileiro de outubro/2019, existem, no Brasil, cerca de 10,7 milhões de pessoas com déficit auditivo, em sua maioria > 60 anos. Desse montante, 9% já nasceram surdas. A triagem e o diagnóstico do recém-nascido ajudam a garantir que todos os bebês com deficiência auditiva sejam identificados o mais rapidamente possível.
A maioria desses bebês nasce em famílias sem histórico de perda auditiva. Descobrir precocemente pode dar a eles uma melhor chance de desenvolver habilidades de linguagem, fala e comunicação.
Como é feito o teste auditivo do recém-nascido?
O exame é chamado de teste de emissão otoacústica evocada. Demora apenas alguns minutos, e é indolor. Um pequeno fone de ouvido com ponta macia é colocado no ouvido do bebê. É emitido um estímulo sonoro pelo aparelho e a captação do seu retorno por meio da sonda faz o teste ser normal ou alterado.
Quando se obtêm os resultados do teste da orelhinha?
O resultado é imediato, após a conclusão do teste. Caso seja normal, e bebê sem fatores de risco, não há a necessidade de repetição.
Se teste alterado, o mesmo deverá ser repetido entre 2 a 4 semanas. Se novamente alterado, o bebê deve ser submetido à avaliação do conduto auditivo, para afastar obstruções mecânicas, e a um teste complementar denominado Bera.
O teste da orelhinha alterado não é diagnóstico de déficit auditivo. Apenas indica a necessidade de aprofundamento na investigação.
Crianças que efetivamente tenham perda auditiva, serão acompanhadas por equipe multidisciplinar, que definirá qual a melhor conduta a ser tomada para cada caso.
Existem fatores de risco como prematuridade, familiares com surdez, uso de medicamentos ototóxicos, dentre muitos outros, que são indicativos de acompanhamento periódico com exames de triagem auditiva.
Mas fica o alerta, o fato de o seu filho não ter déficit auditivo ao nascimento, não exclui a possibilidade de surdez adquirida ao longo da infância. Portanto, se existe atraso de fala ou a suspeita de que a criança não ouve bem, é indispensável a avaliação diagnóstica em qualquer faixa etária. Procure o seu pediatra ou otorrinolaringologista pediátrico para orientações.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como
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