A rubéola é uma doença infectocontagiosa aguda, de alta contagiosidade, causada por um vírus da família Togaviridae. Apesar de ser uma doença benigna em crianças mais velhas e adultos, pode causar a Síndrome da Rubéola congênita, sobretudo quando acomete gestantes no primeiro trimestre de gestação.
No último post – https://webapp275736.ip-45-79-11-215.cloudezapp.io/caxumba-o-que-e-e-como-proteger-o-seu-filho/ – conversamos sobre a caxumba, que, como vocês viram, tem como prevenção a vacina tríplice viral.
A rubéola é outra doença coberta por essa vacina!!!
Saiba mais sobre a doença e sobre a vacina tríplice viral abaixo!!
Como se pega a Rubéola?
Assim como várias outras doenças virais incluindo a gripe, o contato se dá através de secreções nasais e gotículas de saliva da pessoa contaminada. Portanto tosse, respiração, fala e espirros são as formas mais comuns de contágio.
Das gestantes acometidas, cerca de 40-60% do bebês terão a Síndrome da Rubéola Congênita através da passagem do vírus através da placenta.
Qual é o período de transmissão?
A transmissão ocorre entre 5-7 dias antes e depois do início do exantema (manchinhas vermelhas no corpo).
Bebês que tiveram rubéola congênita da gestação, podem continuar transmitindo por até 1 ano através de secreção nasal, sangue, urina e fezes.
Quais são os sintomas?
Em crianças maiores e adultos os sintomas são são febre baixa, dor de cabeça, dores no corpo, coriza, dor de garganta e manchas vermelhas no corpo, que chamamos de exantema. Essas manchas aparecem inicialmente em face, couro cabeludo e pescoço, se alastrando depois para o corpo e membros. Outra característica marcante é o aumento dos linfonodos (ínguas), sobretudo de localização atrás da orelha, na cabeça e região do pescoço. Esse aumento dos linfonodos pode preceder o aparecimento dos demais sintomas em até 5-10 dias.
Cerca de 25-50% dos casos da doença são subclínicos, ou seja: não apresentam os sintomas clássicos descritos acima, dificultando o diagnóstico.
E no caso da Rubéola congênita, o que acontece?
O vírus da doença tem a característica de ter um tropismo (atração) por células em formação, embrionárias. Por esse motivo, quanto mais precoce a gestação, maior a chance de acometimento fetal.
A infecção pela doença, sobretudo no primeiro trimestre da gestação pode gerar aborto e malformações congênitas. As malformações mais observadas são a surdez, malformações cardíacas, lesões oculares, em especial a catarata, retardo mental e redução do crescimento fetal.
O fato de o vírus da Rubéola poder ocasionar a Síndrome da Rubéola Congênita, com todas as suas consequências, é o que faz a doença ser tão preocupante, sendo a sua notificação obrigatória.
Como fazer o diagnóstico?
A forma mais realizada de diagnóstico é através da coleta de sangue e análise do IgG e IgM para Rubéola do paciente com sintomas suspeitos. É também possível o isolamento do vírus na urina até o 7o dia após início do exantema (manchas vermelhas no corpo).
Como tratar a doença?
Não existe tratamento específico. No caso de crianças maiores e adultos, o tratamento visa alívio dos sintomas. A síndrome da Rubéola congênita também não tem tratamento específico, e o acompanhamento serve para minimizar as sequelas existentes e dar mais qualidade de vida ao bebê.
Como prevenir a doença?
A única forma de prevenir a Rubéola é a vacinação com a vacina tríplice viral, que vem sendo administrada desde 1992. Desde então, mudanças no calendário com a implementação da segunda dose de reforço e inúmeras campanhas visaram a eliminação da rubéola no país. Em 2008, cerca de 65,9 milhões de pessoas entre 20 e 39 anos foram vacinadas.
Em 1997, houve a última grande epidemia de rubéola, com 30.000 casos notificados.
Com todo esse esforço de vacinação nos últimos anos, a organização Pan-americana da Saúde declarou a eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita nas américas em abril de 2015, após 5 anos consecutivos sem notificação de novos casos.
Vejam só a tabela abaixo! Sem novos casos a partir de 2009!!!
A vacina tríplice viral pode ser administrada a partir de 12 meses, e é considerada adequadamente vacinada pessoas que receberam duas doses da vacina. Ela é gratuita e distribuída nos postos de saúde.
Para continuarmos livres da rubéola e para evitar que a lamentável síndrome da Rubéola Congênita assombre as gestantes, é muito importante vacinar as crianças e também todas as mulheres em idade fértil.
No pré natal, não é obrigatória a pesquisa da sorologia para Rubéola. Mas se a gestante desconhece seu passado vacinal, é importante solicitar o IgG para a doença . Caso ele seja negativo ou não reagente, indicar vacinação após o parto, uma vez que gestantes não devem receber a vacina. Dosagem de IgM na gestação não é recomendação de rotina devido a grande incidência de resultados falso positivos.
Esse foi o tema de hoje!
Vamos manter a Rubéola longe de nós. Já bastam todas as outras doenças que assombram o pré-natal, sobretudo a infecção pelo vírus zika. Mulheres em idade fértil e crianças devem sempre ter seu estado vacinal checado e atualizado sempre que necessário.
Um grande abraço!
Referências:
Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso 8a edição 2010