Logo nos primeiros dias de vida, os bebês passam por uma série de exames denominados testes de triagem neonatal. O objetivo, independente do teste, é a detecção precoce de doenças, de modo a possibilitar intervenção imediata, minimizando ou eliminando a possibilidade de sequelas e mesmo óbito. O teste do pezinho é um tipo de triagem neonatal.
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O que é o teste do pezinho?
O teste do pezinho é um exame laboratorial realizado a partir de sangue colhido do calcanhar da criança, através de uma lanceta especial. Esse sangue é colocado em um papel próprio, chamado papel filtro e levado para análise de algumas doenças específicas.Qual é a época correta de coleta do teste do pezinho?
O exame deve ser coletado entre o terceiro e sétimo dias de vida. No caso de prematuros, de acordo com idade gestacional e peso de nascimento, podem ser necessárias coletas adicionais, a serem definidas pela equipe da UTI neonatal. Crianças submetidas a hemotransfusão também podem precisar de coletas adicionais.Doenças diagnosticadas no teste do pezinho
O número de doenças varia entre rede pública e privada. No posto de saúde, as 6 doenças cobertas são: hipotireoidismo, fenilcetonúria, pesquisa de doença falciforme, pesquisa de fibrose cística, pesquisa de deficiência de biotinidase e pesquisa de hiperplasia supra-renal congênita. A triagem pelo SUS é universal e colhida nos postos de Saúde. É de excelente qualidade e a boa notícia é que deve aumentar em breve o número de doenças contempladas. Torcer para esse aumento ser implementado logo. Já na rede rede privada, há várias opções de teste do pezinho. Quanto maior o número de doenças, maior o custo. Observe que as doenças contempladas no teste do SUS e da rede privada tem coincidências, ou seja, as seis doenças hipotireoidismo, fenilcetonúria, pesquisa de doença falciforme, pesquisa de fibrose c;istica, pesquisa de deficiência de biotinidase e pesquisa de hiperplasia supra-renal congênita sempre estão presentes. A diferença é que mais doenças são contempladas. A maior parte dos convênios geralmente cobre o teste do pezinho que contempla as seguintes doenças: fenilcetonúria, fibrose cística, pesquisa de hemoglobinopatias neonatais, pesquisa de hiperplasia supra-renal congênita, hipotireoidismo congênito, pesquisa de deficiência de biotinidase, galactosemia, cromatografia de aminoácidos (que contempla a análise de 20 doenças denominadas de erros inatos do metabolismo) e Pesquisa para infecção aguda por Toxoplasmose. Além disso, existem testes ainda mais ampliados, que acrescentam outras doenças infeciosas, como HIV, Doença de Chagas, Sífilis, Toxoplasmose, Citomegalovirose e Rubéola, pesquisa para um tipo de surdez congênita, MCAD (doença associada a morte súbita do lactente) e deficiência de G6PD – uma doença hematológica. Outra doença coberta é a pesquisa para Imunodeficiência combinada grave – SCID.
O importante, seja coletando na rede privada, ou na rede pública, é não deixar de colher, e levar o bebê na época correta.
Apesar de raras, todas as doenças são escolhidas para contemplar o teste do pezinho por terem alguma possibilidade de abordagem terapêutica. Isso significa que há algo a ser feito pelo seu filho, caso a doença seja confirmada.
O exame é um teste de triagem, e qualquer alteração não é diagnóstico de doença, carecendo de um ou mais testes confirmatórios.
Habitualmente, seja no posto ou na rede privada, é realizada busca ativa junto às famílias quando quaisquer exames alterados. Mas não deixe de sempre conferir o andamento do exame e mostrar para o pediatra assim que resultado disponível.